É porque ninguém sabe como que o coração bate por aqui. De manhã - ou quando dá pra levantar - fica um pouquinho congestionado, precisando respirar o ar que não seja o do meu quarto. Ele respira fundo e pensa - que venha o dia de hoje então. Esperanças a mil. Novidades. Que novidades? As mesmas pessoas. Os mesmos lugares pra pisar. Mesmas decepções e as mesmas filhas da puta de sempre. Que vidinha, ein? Que vida. E devo ressaltar: Que vida. Tô precisando da minha psicóloga, tô precisando deixar de se preocupar com os outros e com o que eles devem fazer. A minha vida tá aí e eu nao estou vendo ela passar. Fiz aniversário e só hoje que eu percebi. O natal tá chegando e eu não tenho expectativa nenhuma pro ano que vem. Tudo isso é consequencia daquelas mudanças mal resolvidas, de gente que foi embora e não me percebeu. De gente que não me amou enquanto eu perdia o controle sobre isso. E agora o tempo não pode esperar eu me recuperar não. Todo mundo aprende, e eu fico pra trás, tentando fazer igual e só tomando no cú. Odeio esse ciúmes da establidade alheia. De como todos são tão adaptáveis, menos eu. Menos a mal amada. Excluída. Mendiga, esfarrapada, bêbada e daqui a pouco viciada. Isso tudo, sem exagero nenhum, sou eu e toda a minha timidez e inferioridade. Que me matam.
Perdendo o meu tempo. Zero vai ler isso aqui. Pouco me importa. O problema é que ninguem enxerga. Não fazem idéia o que é passar pelo mesmo tempo passado. Acumular dois anos. Amar muito e não resolver nada. Não mudar nada. Não acrescentar, nem se mexer. Apenas deixar como está e se virar com outras coisas. Gostar do que não se deve gostar. Ir pra onde ninguém vai. Não conseguir ouvir e ver e sentir e cheirar e provar. Sinto mais saudades do que deveria.
QUE SACO. EU ESTOU ENXENDO O MEU PROPRIO SACO. Chega de casinhos e de dupla personalidade. Chega de tudo isso. Eu sou o que eu me faço, e agora que venham as consequencias. Devo reclamar sozinha, embrulhar e jogar em alto mar pra derreter com o sol. Deixar por ai. Esquecer, e nunca mais ter que falar sobre isso. Eu queria muito, queria muito, meu Deus, como queria, que fosse facil assim. Queria rezar e levar toda a dor embora, queria vomitar e dar descarga. Me bater na frente do espelho e deixar todo o passado do outro lado. Escrever e deixar tudo por aqui.
Tá na hora de dormir. E tá na hora de crescer.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
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