domingo, 4 de novembro de 2007

As vezes o problema sou eu.

Parece que o Rio de Janeiro purifica as coisas por aqui. É o lugar. Por lá tudo fica bem e não tem as pessoas que tenho aqui. Ninguém mente pra mim no 1102. É aquela areia fininha e o calor. É um pouquinho de saudades... É o vento escandaloso que desarruma meu cabelo e leva minha blusa embora. É tudo que essa merda aqui não tem. É coisa nova. Cheiro novo. É o que eu quero e não vou conseguir. É a Zona Sul. A praia. A avenida. Gostinho de férias e de nada pra fazer. Só tomar sol... Respirar fundo, esquecer passado presente e futuro. E a volta é o de sempre, se é a noite são as estrelas, se é de manhã eu penso junto com as listras brancas no chão. Um grande processo. Penso em tudo o que as pessoas já fizeram comigo... Em quem já dividi o que divido pra mim. Nas fases que pertecem aos meses. Em quem já sumiu... Vai sumir. Em quem está comigo. Quem não está... Foi tudo rodando e os pingos da chuva caiam cada vez mais fortes concentrando meus olhos e pesando... E deixando tudo devagar... E fazendo eco. Saia do carro, ia pra longe e essas coisas que na verdade ninguém entende nada... Sabe, eu pensei em quantos amigos que eu tinha e agora nem sei mais aonde estão. Pensei em quem nem quero mais pertinho e em quem sinto falta até agora. Tenho raiva de quem me fez afastar. Mortal.

Porque será né cara. Evaporaram. Nem ligam. Não telefonam, não respondem nem fazem questão. O que será que eu fiz né cara. Antes eu não entendia... Burra pra caralho, insistia. Chorava a toa. Cabeça oca, dá eco também, vazia. Pura falta de vivência. Mas depois eu vi que as coisas são assim. A gente nasce pra substituir os outros, e foi isso o que aconteceu em todos os casos que alguém sumiu do meu mundo sem falar: "Lu, to indo embora."

Tem gente que me irrita.

Se parar pra pensar as vezes o problema sou eu, porque parece que essas escrotisses só acontecem comigo. Por isso, amigo pra mim são tres. E ano que vem não sei o que vai ser de mim. Né.

E levei o que disso. Decepção? Logo no fim do ano. Ah não, faz tempo já, o sorvete e o chocolate cobrem os problemas. Só falta o tempo esquentar um pouquinho, porque aqui em Lorena tá tudo muito ruim. O que não é grande novidade. Molhado. Abafado. Tá sujo e o único lugar gostozinho é a minha casa. O povo aqui tá com cara de bunda. Mas eu to com um gostinho tão bom...

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