quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Vamos ver quem vai ser feliz agora.

Vou começar rasgando meu peito, vou começar me desenferrujando pra conseguir escrever. A verdade é que eu já comecei esse ano pensando mais do que deveria, com medo e olhando até onde o horizonte cruzava com o céu. Longe de rir um pouquinho, preocupada com esse maldito ano par. Engraçado, esse ano que se foi acabou comigo, foi um lixo e seus respectivos dejetos, mas eu sinto o cheiro ainda e eu já não sei mais o que fazer. Sinto falta de várias pessoas ao meu lado e o que eu precisava agora era de um início concreto. Estou sem os pés no chão. To esperando o vento passar pra me levar junto.

Agora a pergunta é se valeu à pena. Se sofrer tanto significou aprendizado – porque até um momento na minha vida, significou sofrer – e só sofrer. As coisas só faziam eu me transformar em uma pessoa tardia. Cansada e preguiçosa. Preguiça de enxergar e fazer os outros entenderem. Fiquei tão acostumada em receber um “não, se contenta. Se contenta com esse pouco que te dói” que eu vivia apenas, sem me ter por perto.

Estou ouvindo vozes lá fora. E nunca foi tão bom saber que existe outras coisas pra pensar e passar o tempo - que até hoje só me fazia pesar. Estipulei regras na minha vida. Uma delas é nunca mais viver um dois mil e sete dentro de mim. Mas eai? Até quando vou levar isso a sério? Comecei e ainda estou achando que está terminando.


O meu erro é querer ser alguém que ninguém acredita. Não sei por que fazem isso, mas acabei perdendo a fé em mim. Eu queria crescer e mostrar que eu sou muito mais que duas pernas e um cansaço terrível. Tenho dezessete anos pálidos. E não acho mais graça. Ele quer assim e a partir de agora – vai ser assim. Vamos ver quem vai ser feliz agora.

Queria um lugar vazio. Mas eu não sei por quê. Queria que o hoje passasse a ser um pouco do passado. Queria, queria, queria. Mas não dá. Tudo o que eu penso vem ao contrário.

Sinceramente? Eu quero que eu me exploda.

E pra bem longe daqui.

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